sexta-feira, 27 de abril de 2012

FUTEBOL, MÍDIA, RESPEITO E PAZ!

Campinas, 27 de abril de 2012
Este texto começou a ser formulado em minha cabeça hoje às 05h30min da manhã enquanto eu dormia, ou melhor, acordava ao som da torcida. Sim, da torcida! Eu moro na rua de trás do estádio de futebol da Ponte Preta, em Campinas, interior de São Paulo. No próximo domingo haverá o derby, que é o jogo entre os dois times da cidade: Guarani e Ponte Preta, e os ingressos para esse famoso começou a ser vendido hoje. Acredito que as pessoas não tenham outros afazeres e decidiram ir para o estádio logo de madrugada, de baixo de chuva para poder garantir seus ingressos, e com isso decidiram se empolgar e começar a cantar musica de torcida, como se fosse um bom horário para isso, como se não tivesse um bairro inteiro em volta do estádio com pessoas dormindo naquele horário, às 06h30min da manhã começou então a tocar o hino do time, que beleza, não é não? Neste exato momento são 08h44min da manhã e já não ouço mais o barulho, mas ouvi muitos barulhos de sirene.

Senti uma grande confusão mental quando ouvi barulho de torcida às 05h30min da manhã, pensei: ¨Será que está começando um jogo agora? Aquele que foi cancelado na noite anterior por conta de alagamento do campo? Será que eu dormi tanto e já é de noite? Que horas são? É sonho?¨ Então me dei conta que poderia mesmo ser por conta da venda dos ingressos e senti uma revolta tão grande pelo meu sono estar sendo incomodado por um motivo tão fútil. Tudo bem se o pessoal quer garantir seu ingresso, mas precisa avisar o bairro todo que ele está lá para isso? E me revoltei com minha revolta, que imbecilidade da minha parte me revoltar com isso, deveria deixar de lado e tentar dormir, mas talvez não fosse a revolta, não escreveria este texto, transformei-a em algo criativo, ou não, para aqueles que não gostarem, hehe. Mas o meu ponto forte neste texto não é só a minha egoísta reclamação por ter perdido o meu sono, mas sim dizer que o futebol não presta, opa, deixa eu me corrigir, a competição não presta! A competição leva à violência, desordem e raiva, por isso ela dá tanto dinheiro e a mídia adora! Suponhamos que os times continuassem a se enfrentar, porém sem contar os gols, sem eleger vencedores, seria jogo por jogo, por prazer, por mostrar o trabalho deles à torcida, quem iria assistir a um jogo desses? Quem iria ver o Neymar jogar se ele não estivesse disputando um título? Seria tudo muito pacífico, e por isso não seria interessante, nem para o espectador e nem para a mídia. A violência gerada pelo futebol é a grande alegria da mídia, por isso essa palhaçada nunca vai acabar se não pararmos de comprar a raiva. Acho tão lindo a publicação de fotos no facebook com gente de diferentes torcidas unidas em abraço, os eventos reunindo torcedores de diferentes times, acho que é o início de uma cultura de PAZ, mas isso tem que se tornar interessante também para a mídia, ou nós nos desinteressarmos pela mídia, o que será que é mais fácil? Se um dia PAZ for algo lucrativo, então a mídia irá voltar os olhos para ela, é um jogo de interesses, infelizmente. Mas porque é interessante para a mídia que tenha a violência? A violência é gerada a partir de um momento de raiva, e como todos estão submersos neste sentimento, há a identificação e nós nos interessamos pelo que nos identificamos. Levanta a mão quem não sente raiva do chefe, do funcionário, do filho desobediente, da mãe chata, do presidente, do cara que dá uma fechada ou está andando devagar no trânsito? Quem não sente raiva quando vê aquela cena da vilã da novela maltratando a mocinha e fica o dia inteiro seguinte querendo matar a personagem? Pronto, temos a raiva como a maior vendedora de brinquedos e jogos violentos, de novelas, de filmes sangrentos e claro, FUTEBOL! Por que outros esportes não despertam tanto interesse? Porque são pacíficos, pode até ser legal em um dado momento, como foi com o vôlei, mas foi por moda. Quem tem um time favorito de vôlei aqui? Por que o tal do UFC está em alta? É violento, mexe com a raiva, quem não quer socar a cara de alguém? Pronto, teve a identificação também. E as grandes marcas preferem patrocinar o que for mais violento, pois é o que vai dar mais ibope e o que vai vender mais. Ou seja, o torcedor é escravo da mídia e nem se dá conta disso, eu li algo parecido em algum texto, eu não consigo me lembrar de quem, gostaria de citar isso aqui, pois este texto também é uma fonte de inspiração para mim. Para tornar o futebol pacífico, deveríamos pacificar o coração das pessoas, transformar a raiva em energia criativa e não energia destruidora (a raiva não pode ser eliminada, mas sim transformada). As pessoas deveriam aprender o conceito de RESPEITO para poder praticar a PAZ! PAZ e RESPEITO andam juntas. Hoje quando fui acordada às 05h30min da manhã, eu me senti desrespeitada e como uma pessoa que não respeita sua comunidade pode sentir e emanar a PAZ? No campo o pai deixa seu filho falar e ouvir palavrão, na mesa de almoço não. O que esta criança está aprendendo? Que o respeito só presta em determinados momentos, em outros não. Mas para a mídia isso é ótimo, pois uma criança que cresce assim é que vai gastar dinheiro com o é que interessante para ela. Sem contar que o futebol mascara os verdadeiros problemas sociais, enquanto estamos todos tão preocupados com a final do campeonato, nossos bolsos continuam sendo cada vez mais roubados. Não sou contra esporte, mas apenas contra a competição. Quem dera pessoas praticassem esporte pelo simples prazer de se exercitar, de socializar, de se divertir. E para quem não gostou do que leu aqui, é para você mesmo que eu escrevo, pois é você que está sendo engolido pela mídia e precisa sair desse buraco logo, para poder desfrutar de uma certa liberdade. É você que pode reverter esse quadro, é você que vai ajudar a instaurar a PAZ e o RESPEITO. Para quem gostou, parabéns, já está no caminho da liberdade e paz, e se puder, compartilhe com seus amigos. Obrigada.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Eu e o Mar


Parei pra refletir... Será mesmo que devo compartilhar tantas coisas? Será que não devo guardar minhas idéias, crenças, feitos, reflexões e confusões para mim?
Mas o meu coração anseia por compartilhar. Não sei se agrada ou desagrada a quem lê, mas e o que eu tenho com isso? Cada um irá reagir de uma maneira, o que importa mesmo é eu saber que estou distribuindo idéias.

É que esse post é um pouco polêmico, pois assumo aqui uma certa liberdade de expressão que não é muito comum. Assumo a beleza do nosso corpo!
Assumo a liberdade que é aprisionada em nossos corpos.

Já fiz uma postagem sobre isso, mas até então eu não tinha vivenciado a liberdade da comunhão entre corpo e natureza, e pensei muito sobre compartilhar ou não, mas foi tão bom, que não posso guardar só para mim.

Muitas pessoas são adeptas ao naturismo e praticam eventualmente, os nossos ancestrais praticavam diariamente, porém nós perdemos essa pureza e banalizamos o nosso corpo.

É claro que não levanto a bandeira de sair por aí em um ônibus circular, shopping, etc nú, é muita gente né. Mas levanto a bandeira de cultuar o corpo como forma divina em lugares que isso seja viável, dentro de nossas casas, na praia, na natureza, enfim, onde for possível, mas isso apavora muita gente, temos medo do nosso corpo.

Foi uma experiência maravilhosa olhar para aquele mar e me libertar do biquini, poder sentir a água fluir, o Sol tocar a pele, sem barreiras, sem medo, sem vergonha, respeitando a natureza e ao meu corpo. Foi maravilhoso ver outras pessoas se motivando a fazer o mesmo! E foi incrível dividir esse momento com o meu maior cúmplice, que também se entregou inteiramente à natureza!

Mas e depois? Como voltar para a realidade? Como ser eu mesma depois de ter me tornado UNA com a natureza? Que vontade de fugir, de sair correndo para algum lugar onde o meu corpo é aceito. Não dá para fugir, então escrevo, escrevo para ajudar, para despertar, para dividir e dizer que a liberdade é a melhor coisa que existe no mundo, e ela é simples, são pequenos atos como esse que nos tornam mais livres, mesmo que por poucas horas, mas a experiência fica, a felicidade fica, o mar fica, e ele está lá, só me esperando.

A alma mora em nosso corpo, e o nosso corpo e nossa alma moram neste planeta, o planeta não se veste, ele está escancarado sedento pelo nosso toque e respeito. Quando pudermos nos sentir UNO com o planeta, experimentaremos uma explosão de sentimentos inimagináveis de felicidade e liberdade, de compaixão e amor, sentiremos Deus em nós, que é energia, não tem limites.

A roupa nos encouraça, nos distancia, nos limita, nos aquece no inverno mas esfria o coração.

Deixo aqui a minha gratidão e o meu amor ao meu corpo!

Namaste!